Incentivo à economia local e às tradições culturais marcam festejos na Rua São João
Aconteceu, na segunda-feira, 29, a quarta edição da Segundona do Turista na Rua São João. Como parte da programação junina e retomada das tradições culturais, a histórica Rua São João, localizada no bairro Industrial, em Aracaju, possui uma programação de forró para todas as segundas-feiras do ano. Música, artesanato e comidas típicas fazem parte da ação com intuito de valorizar as raízes sergipanas e aquecer a economia local, impactando significativamente na geração de renda para a população.
Na calçada de sua casa, dona Roseli Costa observou a rua São João se preparando para mais uma segundona festiva. As barracas foram sendo montadas, o palco foi sendo preparado e as pessoas começaram a chegar. Empada de camarão, caldo verde e arroz doce foram um dos atrativos da barraca de comidas típicas de Maria Elze Nascimento, vendedora e integrante da Casa de Oração Espírita André Luiz (COEAL).
Ao seu lado, a jovem comerciante Anne Beatriz Andrade também aproveitou para levar diversas receitas aprendidas com a mãe e a avó. Desde que os festejos foram retomados, este ano, ela conta que essa é a segunda vez que participa e comercializa os seus produtos. “Melhora nossa economia, é uma renda extra. Eu trabalho na sexta, sábado e domingo. Então, melhorou, porque é mais um dia, tenho mais uma renda… eu tô achando muito bom, muito bom mesmo!”, ressaltou.
Anne conta que compra os materiais ainda pela manhã e começa a produzir à tarde. Mingau de puba, caruru, canjica e mungunzá são parte do cardápio oferecido e elogiado pelos clientes que passaram por sua barraca. Como é o caso da família de Neide Oliveira. Nascida e criada no bairro Santo Antônio, em Aracaju, as tradições da rua São João ficaram marcadas em sua memória. Neide conta que foi a filha, que está morando fora do Brasil e já tem data marcada para retornar, a responsável pela ida à festa. “Ela ficou doida para vir aqui, porque nós nascemos aqui no Santo Antônio, fui criada vendo essa festa… é importante demais, é um incentivo para as pessoas trabalharem, melhorarem a renda”, disse.
Além de comidas típicas, a quarta noite de festa também contou com os famosos licores de jenipapo, de limão cremoso, de maracujá cremoso, de paçoca, de goiabada cremosa e de mangaba; preparados por Cristiane Novaes para comercialização. Artesã e produtora de licores há mais de dez anos, ela conta sobre a retomada das tradições na rua São João. “O movimento está bem interessante. Estou vendo que o pessoal está gostando da ideia da reativação”, disse. Agora, toda segunda, às quatro da tarde, Cristiane tem uma nova rotina: preparar e embalar os produtos para a venda na Segundona do Turista, como ficou conhecido o festejo.
Quem também participou das últimas segundonas foi Josefa dos Santos, artesã há mais de 45 anos. Moradora da Barra dos Coqueiros, ela levou seus artesanatos para expor e comercializar. “Só de estar aqui, mostrando meu trabalho, já é gratificante”, ressaltou.
Impacto
A abertura dos festejos juninos pelo governo do Estado abriu um leque de oportunidades não somente para geração de renda, mas também para a valorização do trabalho e dos trabalhadores que desempenham suas atividades a partir da comercialização de comidas típicas e artesanatos sergipanos. Ao longo das comemorações promovidas pelo Estado, no mês de junho, haverá espaços dedicados aos produtos artesanais.
A ação fortalece o compromisso do governo com estas categorias que, desde o início da gestão têm recebido um olhar especial por parte da Secretaria de Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem). A pasta, recentemente transformada em secretaria de Estado, possui em sua estrutura duas diretorias voltadas ao artesanato e à economia solidária.
O secretário da Seteem, Jorge Teles, ressalta a importância da participação dos artesãos e comerciantes durante as festividades. “Cria-se uma oportunidade de gerar renda e de fazer a roda da economia girar para esse público, já que você tem a visita do turista; você tem a maior convergência da população do estado para esses locais; e foi reservado espaço privilegiado – com toda visibilidade, segurança e estrutura – para que possa ser desenvolvida a atividade profissional dessas pessoas, a comercialização do artesanato e a comercialização dos seus produtos típicos do período junino”, afirmou.
Ainda de acordo com o secretário, está sendo iniciado um estudo técnico para dimensionamento do impacto dos festejos juninos na economia do estado. Trata-se de uma ação transversal entre diversas pastas do governo, sob liderança da Secretaria de Estado da Casa Civil, por meio do Observatório de Sergipe.
“O grande objetivo dessa pesquisa é entender a influência que esses investimentos exercem na nossa economia, quais os setores que são mais afetados, positivamente, por esses investimentos . E ter, assim, uma visão sistêmica. Onde você possa alocar os recursos públicos, as políticas públicas e as ações com mais precisão, a fim de gerar um melhor resultado e estimular da maneira mais adequada cada segmento da nossa cadeia produtiva”, afirmou o secretário da Seteem, Jorge Teles.